domingo, 23 de fevereiro de 2014

O JACARÉ E O ESCORPIÃO

Ainda refletindo sobre o texto anterior sobre as trocas, me lembrei de uma fábula em que o escorpião precisava passar para o outro lado da margem do rio e pede ajuda para o jacaré para o levar. O jacaré muito solícito, pede para que o escorpião suba em cima dele e pacientemente o leva para a outra margem, mas chegando lá, o escorpião lhe dá uma picada muito doída. Quando o jacaré pergunta por que, o escorpião lhe pede desculpas, mas diz que isso é da sua natureza e ele não pode mudar, seguindo o seu caminho.
Se nos colocarmos no lugar do jacaré, mesmo sentindo a sua decepção, concordamos que ele não pode reclamar, por que sempre soube que estava ajudando um escorpião e o risco de ser picado sempre iria existir, mas não deixamos de nos sentir injustiçados, afinal demos o nosso melhor e recebemos algo ruim. Mas era o que o escorpião podia dar e cada um dá o que tem.
Ir de uma margem a outra é algo que fazemos cotidianamente e é muito bom. Fica melhor ainda quando temos companhia e ainda por cima ajudamos alguém com dificuldades nisso, mas sei de muitas pessoas, e me incluo muito nisso, que estão fartas levar picadas doídas. Será que a vida só se resume em encontrar escorpiões? Por que, se for assim, melhor fazer esse trajeto sozinha mesmo. A companhia não vale o final de viagem, quando sempre nos magoamos no final (pior, sem direito a reclamação, uma vez que sabíamos dos riscos).

Tenho que continuar acreditando que deve existir nesse rio, outro jacaré que simplesmente queria nadar ao nosso lado pelo simples prazer de nadar, sem que precisemos levar ninguém nas costas e muito menos levar picadas dolorosas.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O EQUILÍBRIO DAS TROCAS
O equilíbrio do universo é regido por relações de trocas. Isso acontece nas órbitas dos planetas, no movimento das estrelas, no trabalho das formigas, no equilíbrio da cadeia alimentar dos animais e nos relacionamentos humanos, sejam pessoais, amorosos, profissionais, familiares.
Mesmo nos amores mais desinteressados, existem trocas envolvidas. Damos o que temos e recebemos o que o outro possui, tanto para o melhor, quanto para o pior. Sendo a troca uma lei universal, damos todo o tempo, mas a volta é certeza absoluta. É portanto, hora de deixar de reclamar pelo que temos recebido e começarmos a perceber no que temos dado, inclusive escolher melhor com quem estamos trocando. Se o universo é troca e estamos dando nosso melhor pra quem só tem o pior, vamos receber o que o outro tem pra dar, mesmo que, a nosso ver, essa troca não esteja sendo “justa”.
Não é verdade que os opostos se atraem como diziam nossos avós. Nessa lei, são os semelhantes que se atraem, pois essa troca tende a ser justa (por mais que nosso orgulho diga que demos mais que recebemos). Um oposto pode ser bem instigante no início de um relacionamento, mas com certeza vai trazer dissabores no futuro, pela diferença na qualidade da troca energética que está sendo praticada.
Vamos estar atentos à nossa carência, nosso medo da solidão que nos impele a nos relacionarmos com alguém sem nem ao menos observarmos melhor o que ele ou ela tem a nos oferecer em troca, ou mesmo prestarmos atenção ao que estamos dispostos a doar pra não vivermos reclamando no futuro da ingratidão dessa pessoa a quem nos doamos e recebemos mentiras e traições.
Confiemos no universo que vai colocar no nosso caminho, indivíduos com energias semelhantes para que assim, possamos atuar de acordo com essa lei de equilíbrio e deixarmos de sofrer tanto por trocas que deveriam ser tão simples quanto o universo ao qual pertencemos.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A IMPORTÂNCIA DA OPINIÃO DOS OUTROS

Vivemos numa sociedade e para tanto precisamos nos adequar a algumas regras que são importantes para que o nosso convívio seja pacífico como: não agredir, ser gentil, educado, não andar pelado nas ruas, entre tantas outras.
Para sermos aceitos em nossos grupos sociais, precisamos nos assemelhar aos demais membros. Ao descobrir isso, na adolescência, usamos e abusamos dos jeans, saias curtas ou longas ou conforme manda a moda local e da época em que vivemos. Além disso, temos que ter o mesmo palavriado, mesma forma de agir sob pena de sermos excluídos do grupo almejado.
Precisamos ser chamados de “normais” e tudo o que é “anormal” é automaticamente exposto a apelidos chatos, sendo excrachados publicamente o chamado buling nos nossos tempos, mas que são realmente tão antigos quanto as convivências sociais.
Com a finalidade de escapar desse quadro triste e da solidão indesejada como seres sociais que somos, vamos adquirindo características que muitas vezes não nos pertencem, mudando nossos gostos, nossas tendências, renunciando a sonhos que seriam ridicularizados se “nossos amigos” tivessem conhecimento deles.
Para nos adaptarmos a essa sociedade nem sempre saudável, adquirimos uma outra doença chamada de “normose”, proveniente do fato de passarmos por cima de nós mesmos para sermos considerados “normais”. Esquecemo-nos de quem realmente somos para adquirir a aprovação dos outros, gerando muitos desequilíbrios psicológicos e até mesmo físicos que tem como consequência direta, a infelicidade. Pior que muitas vezes, nem sabemos realmente por que somos infelizes e nos sentimos tão sós, mesmo estando acompanhados de várias pessoas.
Quando nos esvaziamos de nós mesmos, geramos carências de difícil identidade, ou seja, temos fome de algo que nem sempre sabemos do que. Vamos esmiunçá-las e falar sobre isso nos textos seguintes.
Por enquanto, o ideal é nos olharmos com honestidade, nos conhecermos como verdadeiramente somos, recuperar nossas características originais e procurarmos conviver com pessoas que realmente nos amem e admirem pelo que somos, pelo que podemos dar. Façamos de nossas vidas algo mais verdadeiro, mesmo que isso nos custe a popularidade que no fundo só nos levam a mais solidão, tristezas e desequilíbrios.

Ou seja, sejamos nós mesmos, sejamos felizes...